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conto
,
gula
,
oitavo pecado
,
sofrimento
Sem comentários
Gisele Bündchen veste 46
DESSA VEZ,
foram somente trinta minutos. Uma escova dental, um banheiro e mil pensamentos
desordenados, juntos, são um instrumento de alto poder lesivo, quando em mãos
corretas.
Júlia sempre
fora uma criança afável e de fácil manuseio. Nossa, ela é uma boneca!,
exclamava uma. Patrícia ela puxou para você: tem um talento nato para as
passarelas. Vede como é graciosa no andar!, suspirava outra. Ainda bem que só
herdou os genes da mãe, ria-se o pai, orgulhoso. E, sempre bem regada aos
exclamos e suspiros, crescera a pequenina Gisele.
- Filha, não esqueça do ensaio hoje, às 13h!
Como era
gratificante para a mãe ver a filha seguindo seus passos. Em vaidade típica da
profissão, via-se em cada flash; regozijava-se, rememorando o início de sua
carreira.
- Certo, mãe, gritava Júlia, de outro cômodo.
Aquela vida de passarelas não a agradava
muito. A empolgação de Patrícia era-lhe torturante. Por mais que assim
quisesse, não podia sobrepujar os sonhos da mãe, em prol de reles capricho seu.