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amor
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Amor Putrefato
Vanglorio cada centímetro do teu ser.
Admiro cada instante do teu corpo.
Prefiro simplesmente não crer
Esfaqueio tuas lindas curvas.
Sinto-as tão belamente turvas
A palpitar (sorrir, gritar) veementes.
O quão é doce o sangue quente!
Teus libidinosos gemidos
ecoam pelo lotado vazio.
Teus olhares atrevidos
clamam com ares doentios.
O quão é magnífico teu debater!
Tua luta contra teu óbvio destino.
Não imaginas o quanto é excitante deter,
em minhas mãos, incansáveis desatinos.
Já ungida pelo vermelho,
percorro teu lindo pescoço.
O teu incontido alvoroço
desperta um sorrir no espelho.
Rasgo tuas vestes macias
Com o fervor de um amante.
O furor incrédulo de tal instante
desponta-me peculiar anestesia.
Já gélida, tua face repousa calmamente
Sobre o calor de meus braços pueris.
Enlouqueço quando me deparo com sutis
sabores de últimos gemidos dementes.
Neste estado putrefato, amo-a ainda mais!
Pois a satisfação do corpo que aqui jaz
Enche minhas entranhas de exótico prazer.
Satisfeito estou (fui) em te conhecer.
5 comentários :
Romântico e mórbido at same time.
Gostei.
Execelente. No melhor estilo Augusto dos Anjos. Obrigado por apreciar meu poema. Vc também é extremamente talentoso. Sucesso.
Me lembrou o Hannibal. :P
Você realmente gosta de Augusto dos Anjos né! hehehe
De fato, Augusto dos Anjos exerce uma forte influência sobre meus escritos. Agradeço as críticas, leitores! Abraço!
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