Poemas Avulsos

ATO ÚNICO

(QUARTO de hotel. Roupas espalhadas por todo o cômodo. Dois amantes, desnudos, abraçam-se em cama de casal. Lençóis brancos com leve odor de lavanda. Abajur como única fonte de luz.)

Amante 1:

(De olhos fechados, contemplava, minuciosamente, cada segundo daquele momento de prazer) O mundo poderia acabar neste exato momento que eu não me importaria. (A suavidade e sinceridade maleavam a tenacidade de sua voz)

Amante 2:

(Sorriso desenha-se em seu rosto. Sentia a endorfina invadindo cada milímetro de seu corpo) Eu também. (Suspiro) Por mim, passava o resto do dia assim, agarradinho com você.

(Abraçam-se mais forte ainda. Amante 1 mordisca levemente as costas do Amante 2, enquanto este percorre suas mãos sobre os braços daquele. Trocavam carícias, amores e dissabores. O silêncio, naquele momento, para eles bastava)

(Amante 2 vira-se e olha profundamente nos olhos do Amante 1)

Amante 1:

(Sentia como se a profundeza dos olhos do Amante 2 desvendasse seus segredos mais íntimos) (Franziu a testa) Algum problema?

Amante 2:

(Aproximou seus lábios do ouvido esquerdo do Amante 1) (Sussurando) Eu te amo, sabia?

Amante 1:

(O aroma daquela assertiva eriçou os pelos de sua nuca) Eu também te amo, amor.

(A eternidade era o limite para ambos. O tempo, traquino, congelou e, para sempre, registrou aquele momento em suas memórias)

Ps.: Dedico este texto a alguém que transcendeu minha noção de eternidade.

# Sugestão de link:
1) Para embalar o clima apaixonado e apaixonante deste texto, confira o "Soneto da Fidelidade", do ilustríssimo Vinícius de Moraes AQUI.