Inspiração

Escrevo, apago, penso...
Não consigo encontrar verbetes.
Palavras que possam expressar
Sentimentos que nunca senti,
Pensamentos que nunca pensei,
Amores que nunca beijei,
Sofrimentos que nunca esqueci,
Um amor que sempre cultivei.

Tento encontrar respostas
Para questões deixadas em branco,
Tento revelar fatos
Nunca antes descobertos,
Tento escrever algo
Que contenha verbetes nunca antes utilizados.

Quando menos espero,
Ela chega e, com um ímpeto inquestionável, domina meu ser.
É algo impossível de ser expresso em palavras visíveis.

Disparo em correr?
Não posso.
Continuo a escrever?
Não possuo superfícies rabiscáveis.
Apenas digo:
Espere que, em breve, prender-te-ei
Nos herméticos recipientes das palavras.

De nada adianta!
Ela vai e vem rapidamente,
Com uma velocidade e vigor nunca antes estimados por Einstein.
Destrói-me completamente,
Remove de minhas vísceras uma massa consistente: a solidão.

Clamo por seu nome novamente,
Tento, em vão, lembrar de tudo.
Tal fenômeno possui nome?
Alguns o chamam de inspiração. 
Prazer em não conhecê-la.


Caderno e caneta (Poemas Avulsos)


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