Simplesmente grito

Simplesmente poupe-me. Poupe-me desta farsa. Poupe-me deste fingimento. Poupe-me desta agonia. Poupe-me dessa mentira social. Poupe-me desta máscara que insistes em usar. Até quando viverei sob a sombria luz da camuflagem? Até quando serei obrigado a presenciar tua desprezível decadência? Será que não enxergas o óbvio?
Como queria me libertar. Ver-me livre de todo esse teatro. De toda essa encenação, na qual eu sou o mais fútil figurante e o mais bobo e imbecil protagonista.
Egoísmo de minha parte falar sobre isso? Não. Aliás, quem sabe. Sou sim muito egoísta e pueril por não aceitar tudo isso, por não atender aos anseios sociais, por não me enquadrar nesse imundo quadro de farsas.
Simplesmente grito.

Grito (Poemas Avulsos)


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1) Este texto foi publicado no Recanto das Letras, aqui.
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