Emília, a mulher de verdade

Lá vem Emília descendo a ladeira.
Com sua saia justa, rebola faceira.
Balança seus braços para os lados,
jogando ao vento cabelos mal escovados.
Flerta todos os homens pelos quais passa.
É a mais pura sedução em massa.

Com seus típicos trajes colados ao ventre,
delineia elipses de comissão de frente.
Exibe, orgulhosa, peculiar fartura
de um corpo preenchido por total gordura.
Sobre sua face repousa um estardalhaço
semelhante a maquiagem de qualquer palhaço.

Em seu salto quinze, Emília demonstra postura
digna de madame em momento de gastura.
Acena, compulsiva, enquanto sacode suas ancas,
revelando fervilhar incrível de sutis pelancas.
Seus magníficos seios arrebatam sete mares,
enquanto, embaixo da cintura, balançam pendulares.

Sua pele revela delicioso bronzeado
(tanta acne que deixa qualquer um enojado!).
Seu nariz e orelhas são uma obra de arte
baseada no Pinóquio, Dumbo ou entes de Marte.
Com short curtíssimo, exibe belas curvas
(nunca havia visto estrias tão turvas!).

Em noite de festa, Emília se produz inteira:
tanto pó para esconder imensas olheiras.
Tinge suas madeixas em loiro ofuscante.
Alisa-as com ferro de passar (maldito instante!).
Exibe no corpo as mais vagabundas jóias,
destacando peculiares traços de jibóia.

Emília é a típica mulher brasileira
que respira nobres ares de estrangeira.
É uma exótica beleza que nos fornece,
gerando dúvidas sobre sua real espécie.
É puro concentrado de sedução do universo
que vislumbra a todos (leia-se o inverso).

Mulher feia (Poemas Avulsos)
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3 comentários :

"Emília não tinha a menor vaidade
Emília é que era mulher de verdade
Emília não tinha a menor vaidade
Emília é que era mulher de verdade"

Leia-se o inverso ... haha adorei, Elvis!
Mais brasileira, impossível!

Abraço do @garotodasletras

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