Poemas Avulsos

TERESINA, capital do Estado do Piauí, hoje, 16 de agosto, comemora seus joviais 160 anos. Uma cidade que, apesar de nova, já enfrenta problemas de grandes metrópoles. Mazelas sociais que perpassam as desigualdades sociais, a falta de infraestrutura das polícias judiciárias, o déficit do ensino educacional, o descaso com a saúde pública e o total desinteresse na conservação das riquezas naturais. Abordaremos, neste texto, este último tópico, expondo, ao final, soluções plausíveis para desenlace deste impasse.

"No Brasil, existem quatro áreas que são chamadas núcleos de desertificação, onde é intensa a degradação. Elas somam 18,7 mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí, Seridó, no Rio Grande do Norte, Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco." (grifo nosso) Este quadro ambiental põe em risco não somente o título – merecido? – de Cidade Verde, como, em especial, a saúde e o bem-estar dos habitantes de nossa cidade; corroborado pelo aumento, em progressão geométrica, de internações hospitalares, decorrentes de complicações respiratórias, neste período do ano. Não sendo suficiente, aumentam-se, ainda, o número de queimadas, devido, principalmente, ao tempo quente e seco, o que diminui ainda mais a umidade relativa do ar e o torna cada vez mais impróprio para consumo. O b-r-o-bró é auxiliado, também, pela negligência, ao não denunciar as infrações ambientais, e, pior, imprudência, ao provocar as próprias queimadas e incêndios, culposa ou dolosamente, dos populares. 

Ah, isso é besteira, você deve pensar. Essas queimadas ocorrem todos os anos neste período, prova de que o principal fator é o ambiental. Tais incêndios são parte de ciclos naturais do meio ambiente, típicos das regiões de cerrado e caatinga. Engana-se você, caro leitor. E não sou eu que o digo: "O maior desmatamento do Nordeste está ocorrendo no Piauí. Recentemente, matérias discorrendo sobre a inclusão do nosso Estado em situação de emergência ambiental se tornam comuns. (...) As regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas, também chamadas de terras secas, ocupam mais de 37% de toda a superfície do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas, ou seja, 1/6 da população mundial (...)" (grifo nosso). Pelo visto o problema não é tão simples quanto aparenta, não?

E o que fazer, à título local, diante de quadro ambiental tão caótico? "Práticas sustentáveis e conscientes, isto é, uso do solo absorvendo as potencialidades que o mesmo proporciona, obtendo com isso vantagens econômicas, proporcionando, ao mesmo tempo, a vitalidade da área, preservando a mesma, não se esquecendo de seu fim social, deve ser o norte a ser seguido por todos, como atitude imprescindível a preservação e, por que não dizer, a melhora da qualidade de vida dos povos" (grifo nosso), esclarece-nos, com perfeição, o advogado especialista em Direito Ambiental Danilo Baião.

Atitudes concretas e enérgicas, complacentes com sugestões arroladas no parágrafo anterior, são vislumbradas, por exemplo, no "(...) projeto Teresina Mais Verde implantado por meio de um decreto pelo prefeito da capital, Elmano Ferrer, pretende deixar a paisagem bem mais verde. Até dezembro de 2012 planeja-se que sejam plantadas mais de 150 mil mudas nativas e frutíferas."

Louvável e inovadora é a recente implantação, pela Prefeitura de Teresina, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do projeto Telefone Verde, que "(...) permite que os teresinenses denunciem através do telefone 3216-6024, crimes ambientais, tais como: poluição sonora e visual, uso irregular do solo (desmatamento, queimadas), destinação de lixo em locais impróprios, irregulares de saneamento ambiental e contaminação do ar, irregularidades em locais de lazer, como praças, parques e áreas de proteção permanente." (grifo nosso)

Finalizo, aqui, parabenizando-a, minha querida Teresina, e, com base no acima exposto, espero que nós, teresinenses, tenhamos, ainda, pelos próximos 160 anos, o orgulho de intitulá-la Cidade Verde.


REFERÊNCIAS: