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Somos todos macacos?
É
lançada um campanha publicitária, difundida pelo jogador de futebol Neymar Jr.,
com o fito de combater as práticas racistas no meio futebolístico. Sim,
campanha publicitária. Como é cediço, tudo não passou de um golpe de marketing
milimetricamente planejado pela equipe de imagem do jogador (o que não tira
nobreza da manifestação).
O
problema é, devo dizer, que não basta que famosos postem #selfies em redes
sociais comendo bananas. Também não são suficientes postagens de trinta linhas
comentando o absurdo do episódio com o jogador Daniel Alves (até porque todos
nós já sabemos os mais profundos detalhes da história).
Caro
leitor, digo que, mais que palavras de repúdio, são necessárias atitudes
realmente eficazes. Triste saber que, a despeito do rigor com que é tratado o
crime de racismo em nossa legislações, muitos ainda saem impunes diante da
prática do ilícito. Sob qual justificativa? Tanto pelo déficit na fiscalização
de um poder repressor quanto pela prática de um cultura baseada na escravidão
(que considera normal desde alcunhar terceiro de “neguinho” quanto conferi-lo
oportunidades escassas no mercado de trabalho).
Mais.
Nossa Lei Maior em vigor recrimina práticas preconceituosas baseadas em sexo,
religião, crença, faixa etária, opção sexual, dentre outras, afirmando, no caput do art. 5º que todos são
absolutamente iguais perante a lei.
Agora,
diga-me, querido leitor: há alguma lei que pune a homofobia? Há alguma
tentativa do legislador em regulamentar, com a riqueza de detalhes com que o
faz no casamento civil, a união homoafetiva? A resposta para ambas as
indagações é não. E inúmeras são as lacunas legislativas existentes pelo
simples fato de nossos representantes, ao legislar em prol das minorias,
temerem a perca de eleitorado, representado pela parcela dos conservadores.
Retornando
ao assunto em voga, explanado no primeiro parágrafo, pergunto-lhe, outra vez: e
se alguma travesti é assassinada ou se algum homoafetivo é vítima de agressões
físicas? Postarão #somostodostravestis? #somostodoshomoafetivos? Ou seria mais lúdico
#somostodosviados? Não. Nenhuma manifestação midiática haveria.
O
que digo, leitor, é que as manifestações empreendidas na luta contra o
preconceito devem saltar a órbita do mundo virtual e de suas hashtags. As
reivindicações devem ser feitas no pleito eleitoral, ao eleger, com excesso de
cautela, o melhor governante para nossa nação. As manifestações devem alcançar
as ruas, de modo a pressionar os legisladores inertes. As lutas devem adentrar o
lar de cada brasileiro, de modo que eduquem seus filhos libertos do
preconceito.
Negros,
índios, pardos, mulatos, gays, bis, héteros, asiáticos, africanos, europeus,
gordos, magros, feios, bonitos. Antes de tudo, leitor, somos todos humanos.
Ps: Publicado originariamente em 01 de maio de 2014, na página pessoal do autor, na rede social Facebook.
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