Meu porto seguro



Meu barquinho andava
A esmo.
Dizia -se independente, que navegaria
Por ele mesmo.
Casco, já consumado pela ferrugem,
Por inteiro, salinizado.
Mastro, meio quebrado, pendia ao
Vento, com ares de cansado.

Um dia, tempestade furiosa e
Ondas colossais
Atormentaram minha solidez.
Ou seria morte, ou seria cais.

 Meu capitão fora seduzido
Por canto das sereias.
E tudo mais que era formosidade
Fora degustado pelas areias.

Rugiu, revirou, destruiu.

O mar se acalmou e um filete
De luz despiu
Um barquinho que agora é
Moradia de cardumes. Sumiu.

Espere!, gritou a voz longínqua.
Reviva!, concluiu.
E o tilintar de seu timbre
Me consumiu.

Do nada tudo surgiu e o tudo
Logo sorriu.
Estava envolto no calor de seu aço,
Que jamais de mim desistiu.
Nunca deixei de acreditar em você,
Repetiu.
Meus olhos, trapaceiros, reviravam.
Mas como conseguiu?
Questionei.
Sou teu porto seguro e com meu amor te salvei.
E com um esgotar de forças,
Acreditei.
 
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1 comentários :

Linda poesia Elvis. Sabe que sou seu fã já de longa data, suas palavras são envolventes e emocionantes.

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