Barbie (fail) Girl

Aguardo, paciente, meu príncipe encantado
Trotando em seu lustroso pégaso.
O quê? Não há mais? Estoque acabou?
Só me restou um jumento alado
E um nerd nele montado.

Faço companhia as minhas barbies
Com um fofíssimo e caríssimo poddle.
Procuro o significado de minha existência
Em sites de busca – de preferência no Google.

Roupas da mais alta – altíssima – grife
Abarrotam meus guarda-roupas floridos.
Quão angustiante é a dúvida
Para escolher o mais belo vestido!

Penteio meus cintilantes e loiros cabelos.
Invisto neles produtos fabulosos
E outras (f)utilidades de preços colossais.
Os mais horrendos pavores universais
Residem em nefastos fios oleosos.

Toda peculiar – e incrível – beleza
Tem de ser a todo momento realçada.
É fatigante manter ares de princesa
E ainda delinear sutis curvas
Com roupas super apertadas.

Felizes são aqueles que não possuem tempo
Para lidar com (super) problemas similares aos meus...
Por estarem ocupados demais com sua sobrevivência,
Por não saberem se amanhã terão o que comer
    [o que vestir, como viver?
Fome? Miséria? Alagamentos? Corrupção? Pobreza?
Ah, poupe-me desse falatório!
Não vê que estraga minha doce – e milionária – beleza?!

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