Pai, me compra um amigo?


AOS PRANTOS, meu filho veio em minha direção, atropelando-se entre soluços e obstáculos:
 - Que foi, pequenino? – envolvi-o em meus abraços, afagando-lhe a dor.
 - P-p-pai, me compra um amigo? – disse, enxugando as lágrimas e com brilho nos olhos daqueles que possuem plena convicção do que dizem.
- Comprar um amigo? – estranhei o pedido, ofertando-lhe a impossibilidade empírica do fato por meio de um franzir de cenho.
Explicou-me toda a história, entre malabarismos e contorcionismos corporais, queixando-se de suas falsas amizades.
 - Meu querido – adociquei a voz -, aprenda, desde já, que o ser humano é o bicho mais difícil de se lidar. – retirei o cabelo que caía em sua testa e aproximei-me de seu rosto. – Aprenda, também, antes de tudo, a perdoar as pessoas.

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