Não dê esmola, dê cidadania

A PREGUIÇA #3

SEMÁFORO vermelho. Era noite e a luz dos postes esgueirava-se pelos resíduos suspensos, formando um amarelo opaco e desvanecido. O calor evaporava do asfalto e misturava-se ao som da impaciência dos motoristas: o clima era de uma agonia ensurdecedora.
- Levante os vidros! Rápido! – disse o passageiro, nitidamente inquieto.
- Hã? – ainda despertava da latência do tédio – Mas por quê? – peguei-me já suspendendo o vidro, como que por instinto de defesa.
O passageiro dirigiu o olhar para a silhueta à frente, que se desenhava pálida nas cores do urbano. Naquele instante, fui invadido por uma sensação mui peculiar. Tanto que me vi intimado a decompô-la em palavras. Acredito, leitor, que é nesses sentimentos que cruzam as águas da inspiração e da imaginação.

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